Vigília na Praça São Pedro e Congresso Internacional reuniram 70 mil fiéis em um chamado à unidade e esperança, no marco do Ano Jubilar das Novas Comunidades.
O coração da Igreja Católica pulsou em um ritmo de fé e unidade neste fim de semana, quando cerca de 70 mil fiéis de mais de 100 países lotaram a Praça São Pedro para a Vigília de Pentecostes, presidida pelo Papa Leão XIV. Entre a multidão, peregrinos da comunidade brasileira Obra de Maria viveram dias de intensa espiritualidade, culminando nas celebrações que marcaram o Jubileu dos Movimentos e Novas Comunidades.
A Vigília de sábado à noite, ponto alto do evento jubilar, foi um espetáculo de fé sob o céu de Roma. O Papa Leão XIV, ao chegar no papamóvel, abençoou a multidão antes de iniciar a liturgia. O canto do hino Veni Creator Spiritus e o acendimento de sete lamparinas a partir da luz do Círio Pascal deram o tom da celebração.
Em sua homilia, o Santo Padre refletiu sobre a passagem do Evangelho de Lucas (4,16-21), lembrando que “o Espírito do Senhor está sobre nós”. Ele destacou a missão evangelizadora da Igreja e a importância da comunhão entre os povos. “Se não nos movermos mais como predadores, mas sim como peregrinos, a terra descansará, a justiça prevalecerá, os pobres se alegrarão e a paz reinará”, declarou o Pontífice, convidando os fiéis a serem fermento de esperança no mundo.
No domingo, durante a Solene Missa de Pentecostes, o Papa reforçou a mensagem, encorajando a Igreja a romper os muros da indiferença e superar as divisões. “O Espírito Santo vence o medo, quebra as correntes interiores, alivia as feridas e dá coragem para sair ao encontro de todos”, afirmou.
A Emoção que Transborda
Para os peregrinos, a experiência foi transformadora. “É difícil descrever a emoção. Estar na Vigília, tão próxima do Papa, foi como estar diante de um mistério sagrado. Senti a presença viva de Deus e minha fé foi renovada”, contou, emocionada, Maria Isabel Baião Dias, de 76 anos, veterana em peregrinações com a Obra de Maria.
Sua nora, Giselle Soares Dias, de 40 anos, partilhou do mesmo sentimento. “Mesmo sem vê-lo de perto na Vigília, a emoção era enorme. Todos sentiam algo diferente. No domingo, quando ele passou no papamóvel, foi um arrepio geral, com todos gritando ‘Papa Leone!’. Uma bênção imensa.”
Congresso “Pentecostes da Esperança”
Paralelamente às celebrações no Vaticano, a Obra de Maria organizou o Congresso Internacional de Pentecostes, de 6 a 8 de junho, na Basílica Sant’Andrea della Valle. O evento, batizado de “Pentecostes da Esperança”, reuniu milhares de fiéis para três dias de louvor, formação e música.
“Roma, como coração da Igreja, foi o palco ideal para reacender a esperança no mundo inteiro”, afirmou Gilberto Barbosa, fundador da Obra de Maria.
A programação contou com momentos marcantes, como as pregações do mexicano Prado Flores e do Frei Hayden Williams, que falaram sobre a força transformadora do Batismo no Espírito Santo. A música teve papel central, com apresentações de ícones da música católica brasileira como Eliana Ribeiro, Irmã Kelly Patrícia, Padre Reginaldo Manzotti e Dunga, que levaram os fiéis a momentos de profunda oração e alegria.
Durante o congresso, também foram anunciados futuros encontros, incluindo um encontro mundial de intercessores no Brasil em 2026, e a celebração dos 60 anos da renovação carismática na Terra Santa, em 2027.
Ao final, o sentimento era de missão cumprida e fé revigorada. O “Pentecostes da Esperança” não terminou em Roma, mas se espalhou pelos corações dos peregrinos, enviados, como pediu o Papa, para inflamar o mundo com coragem e fé.

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