Sou defensora do nosso ritmo e dos nossos artistas. Embora seja suspeita, minha admiração por André Rio, um dos maiores representantes “da nova geração” (não tão nova assim),de nossa música, me fez conhecer grandes compositores como Getúlio Cavalcanti, Capiba, Nelson Ferreira, Edgard Moraes, J. Michiles, além das belíssimas canções de S. Benedito, pai de André, que encanta com as histórias em forma de canção.
De fato, durante a apresentação (no Faustão), faltou, no repertório, músicas de origem pernambucana, como Vassourinhas (que foi bem lembrado pelo apresentador ao término), Elefante; Voltei, Recife; Frevo Mulher, Bom Demais e outros. O que não podemos esquecer é que tivemos Carlos Fernando, compositor caruaruense, pernambucano, parceiro dos músicos pernambucanos e grande difusor do ritmo, , representado pela música Banho de Cheiro e pouco conhecido pelos que berram a indignação de não ter música regional.
O que exigimos é o que muitos de nós, pernambucanos, não fazemos: Valorização de nossa cultura. Os “FAMOSOS globais” tentaram dançar frevo, e frevo é um pouco disso: é ferver, é deixar o ritmo levar.
O que é frevo,segundo tio Aurélio, senão uma dança em compasso binário e andamento rápido, surgida no final do XIX, na qual os dançarinos, portando guarda-chuvas fantasiosos, executam coreografia individual, marcada por ágil movimento de pernas que se dobram e se estiram freneticamente.
Frevo não tem regra. Não tem contagem de passos. Não tem estratégia. Frevo tem sangue fervendo. É sentir o chão, é pulsar com os pés. Frevo é alegria. É emoção. É só Frevo. Você pode ser como eu e não saber fazer uma “tesoura” (as pernas grossas, a idade e o peso não deixam), mas é sentir uma emoção sem tamanho com os primeiros acordes do trompete…é extravasar, é amar, é se orgulhar e, pedindo licença ao meu querido Getúlio Cavalcanti, de quem sou fã, é “dizer bem, que o Recife tem o (ritmo e) carnaval melhor do meu Brasil”.12191768_1057609730946538_559664408939417140_n

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